calo, guardo silêncio, calo,
dos pobres dos pobres, berço de escravos
som nado.
Quando ouço falar das grandes pátrias,
calo, guardo silêncio, calo,
a longa dos que por leito o chão têm
é a pátria que amo de cabo a cabo.
Quando ouço falar das fachendosas bandeiras,
calo, guardo silêncio, calo,
a vermelha que nasce nas mãos brutas e pretas
é a bandeira que ergo de contado.
Quando ouço falar das infindas riquezas,
calo, guardo silêncio, calo,
com os que lhes roubaram terra a fazenda
suo a côdea que janto.
Corral Iglesias, José Alberte Palavra e memória A Corunha: Academia Galega da Língua 1997 p. 96
José Alberte Corral Iglesias (A Corunha, 26 de fevereiro de 1946)
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